Pelo
triunfo do povo da Ucrânia! Abaixo Putin! Fora a OTAN!
O povo da Ucrânia está travando uma guerra revolucionária de Libertação Nacional contra a agressão de Putin que pretende esmagar seus direitos à Independência e autodeterminação nacional. As tropas de Putin representam um grupo de oligarcas capitalistas que se tornaram milionários privatizando, e entregando as riquezas das nações da ex-União Soviética às empresas imperialistas, e as grandes corporações globais. Nós estamos com os trabalhadores e o povo da Ucrânia!
Porque Putin ataca a Ucrânia?
Analistas, politólogos, e charlatães, pagos pelo capitalismo, explicam a agressão de Putin à Ucrânia apelando à análise de suas características psicológicas ou caracterizando-o como um lunático solitário que põe a humanidade "à beira do abismo da III Guerra Mundial". Mas a espoliação da agressão à Ucrânia não deve ser procurada nas características pessoais, nem psicológicas de Putin, mas sim nos interesses econômicos, de classe que Putin defende.
Putin pertence a um grupo de oligarcas ex estalinistas como Lukashenko, Yanukovych, ou Nazarbayev que se tornaram obscenamente ricos dando as riquezas da Rússia, Ucrânia, Bielorússia, ou Cazaquistão às grandes corporações globais. No entanto, em fevereiro de 2014, o povo da Ucrânia se cansou da fome, da pobreza e da desigualdade, e expulsou o ditador Viktor Yanukovych, o representante de Putin na Ucrânia. A revolução conhecida como o "Euromaidan", terminou com a ditadura oligárquica de 20 anos de Yanukovich.
Putin ataca a Ucrânia em defesa dos interesses dos nove oligarcas que dominam a Rússia (1), e acumulam milhares de milhões de dólares que usam para comprar equipamentos de futebol da Premier League, ou investir em grandes empresas como o Facebook. Por sua vez, enquanto os povos dessas nações se afundam na pobreza, e miséria, a fortuna de Putin é estimada superior a 130 bilhões de dólares. No início da sua luta pela independência, o povo ucraniano tornou-se o principal desafio à ditadura de Putin e aos oligarcas.
Putin encurralado pelas lutas dos povos do Leste
Alguns charlatães do capitalismo e mesmo ativistas honestos qualificam Putin e a Rússia como "imperialista". Aqueles que chamam a Rússia de "imperialista", desconhecem os números da economia mundial. A verdade, é que as cifras da economia mundial não permitem qualificar a Rússia como um país "imperialista"
A realidade é que o Produto Bruto Global da Rússia é pequeno em relação ao produto bruto global, semelhante ao de países como o Brasil ou o México. Mais do que imperialista, Putin é um gigolô do imperialismo, um defensor das grandes empresas e negócios, que não hesita em agir com métodos mafiosos para defender os lucros das corporações capitalistas, e da sua sociedade com elas.
O Produto Bruto (PIB) da Rússia circulado em amarelo e azul (cores ucranianas) é um pouco maior que o do México e equivalente ao do Brasil. Fonte: Visual Capitalista
Um mês depois do Euromaidan, Putin lançou uma agressão contra o povo da Ucrânia, ocupando áreas da região de Donbass e da Península da Crimeia. Para justificar tal agressão, afirmou que nessas zonas os moradores queriam "independência" da Ucrânia. Mas na realidade, ocupou as zonas combinando tropas regulares com corpos de mercenários de uma organização paramilitar conhecida como o Grupo Wagner (Wagner Group), uma empresa militar privada (2) com contratos militares milionários, que opera em várias regiões do mundo, como na Ucrânia, na Síria e na África. Wagner Group é um verdadeiro exército privado de Putin equipado com armamento militar de última tecnologia para defender os negócios e interesses da oligarquia capitalista que domina a Rússia.
No entanto, a invasão dessas regiões não conseguiu que o povo ucraniano recuasse, ao contrário, redobrou a sua luta que a partir daí se tornou heroica. Em condições de inferioridade, conseguiu frear os avanços de Putin, com uma resistência que significou um alto custo de 14 mil mortos, e milhões de desalojados. O exemplo do povo ucraniano estendeu-se a outras repúblicas que estavam sob a bota dos oligarcas.
Em 2020, eclodiu na Bielorrússia a "Revolução das Sapatilhas" contra o Governo de Aleksandr Lukashenko, outro representante da oligarquia que almejava o seu 6º mandato. Em 2021, em meio à pandemia de Coronavírus começaram as mobilizações na Rússia contra Putin. E há dois, já em 2022, começou a revolta do povo do Cazaquistão contra o governo fantoche de Kassym Jomart Tokayev, representante da oligarquia de Putin, e Nazarbayev. Putin enviou tropas para silenciar esses protestos que começaram nas principais fábricas, bairros operários e cidades do Cazaquistão.
Esquerda: Mobilizações na Bielorrússia em 2020, Centro: Mobilizações na Rússia 2021, Direita: Mobilizações no Cazaquistão em 2022
O ataque de Putin choca com a resistência do povo ucraniano
A intervenção do exército de Putin é uma guerra contrarrevolucionária que pode transformar-se em guerra revolucionária. Longe dos que vêm levantando setores do imperialismo, e da esquerda mundial que pretendem mostrar a guerra como uma "Guerra interimperialista" entre a OTAN e a Rússia, é uma guerra entre a revolução e a contrarrevolução.
Na manhã de 24 de fevereiro, as tropas russas atacaram a Ucrânia e sofreram perdas quase de imediato. As tropas de Putin tomaram a central nuclear de Chernobyl, e dali dirigiram-se para Kiev, a capital da Ucrânia. Nos arredores de Kiev tomaram o aeródromo de Gostomel, mas ali se encontraram com uma valente resistência das tropas ucranianas. As Tropas de Putin realizaram um contra-ataque, mas perderam posições, e tiveram numerosas baixas e prisioneiros (3)
Perto de Chernigov, um pelotão de oficiais de inteligência da Rússia rendeu-se ao exército ucraniano, e a cidade de Shchastia voltou completamente sob o controle da Ucrânia. Além disso, os defensores ucranianos derrotaram as tropas inimigas russas em Sumy (4) Na noite de 24 de fevereiro, o serviço de imprensa informou que o exército ucraniano havia tomado o controle total da primeira linha de Shchastya, e na área de Pishchevyk, as tropas russas tiveram que se retirar do campo de batalha (5)
As subdivisões das
tropas russas tentam abrir caminho em direção a Kozelets-Brovary e
Konotop-Nizhin-Kiev. A cidade de Konotop foi capturada. No Sul, os invasores
chegaram à linha Kherson, Novaya Kakhovka, Kakhovka para reter a barragem do
Canal da Crimeia do Norte para fornecer água ao território temporariamente
ocupado da Crimeia. Há batalhas por Melitopol. Na direção de Donetsk, o inimigo
não tem sucessos. O exército ucraniano frustrou o plano para chegar às
fronteiras das regiões de Donetsk e Lugansk (6)
Para acompanhar os combates na Ucrânia passo a passo, clique no botão
Enquanto as forças ucranianas já contabilizam mais de 200 mortos, não há dados das perdas humanas das tropas da Rússia, embora para o dia 25 à noite já se contabilizavam perdas de tropas de Putin de mais de 30 tanques. e máquinas blindadas de combate, além da perda de até 130 unidades, e de 7 helicópteros, e aviões, um dos quais foi derrubado e caiu na zona da rua Koshytsya.
Porque é que o exército ucraniano está a resistir? Porque, ao contrário do governo burguês ucraniano, cujo presidente se escondeu num bunker, as mulheres e homens que compõem esse Exército pertencem ao numeroso proletariado ucraniano e lutam para defender as suas casas, as suas famílias, as suas terras, o seu direito de autodeterminação.
Estes homens e mulheres lutam pelo nacionalismo que segundo León Trotsky os revolucionários devem apoiar "Quando o pequeno camponês ou o operário falam de defesa da pátria, falam da defesa de sua casa, de sua família e da família de outros contra a invasão, contra as bombas, contra os gases asfixiantes. O capitalista e seu jornalista entendem por defesa da pátria a conquista de colônias e mercados, a expansão extorsiva da parte "nacional" do rendimento mundial." (7)
A entrada das tropas de Putin na Ucrânia não é um passeio militar, pelo contrário, está enfrentando uma grande resistência do povo ucraniano
Viva a luta do povo da Ucrânia! Abaixo Putin!
A razão pela qual as tropas de Putin encontram uma forte resistência das forças ucranianas é que o povo ucraniano se organiza há muito tempo para enfrentar as suas agressões. Milhares de trabalhadores, camponeses, jovens, mulheres, estão a treinar militarmente para enfrentar um ataque. Por sua vez, uma vez iniciada a invasão, as autoridades militares distribuíram armas a todos aqueles dispostos a empunhá-las entre o povo.
El video del diario El Pais de España muestra el entrenamiento de civiles preparandose para luchar en defensa de Ucrania
Este processo de luta deve continuar. Nos últimos meses uma poderosa onda de greves operárias e populares sucudiu a Ucrânia. Após a queda da ditadura de Yanukovich, os governos capitalistas que o seguiram, entre eles o atual governo de Zelensky, mergulharam mais na pobreza e na miséria o povo ucraniano. Esta é a explicação da poderosa onda de lutas operárias vem sacudindo a Ucrânia nos últimos cinco meses.
Em outubro de 2021, os maquinistas de guindastes de torre saíram para a luta e ocorreu uma mobilização maciça da Federação de Sindicatos da Ucrânia com uma mobilização de mais de 10 mil pessoas. Em 2 de dezembro de 2021 mineiros de Novovolynsk bloquearam a rota internacional para o posto de controle de Yahodyn em Volyn, esses mineiros e os demais trabalhadores de diferentes cidades da região de Dnipropetrovsk protestaram contra a administração estatal regional.
Em 8 de Dezembro, ocorreu mais protestos de operários mineiros na região de Lviv e, em Chervonohrad, os operários das minas também se juntaram à luta, enquanto em 13 de Dezembro, em Kryvyi Rih, os médicos protestaram em massa nos hospital Nº8. Esse mesmo processo de mobilização deve continuar para a luta contra o invasor na Ucrânia. O governo capitalista de Zelensky decretou o Estado de Sítio, enquanto que são necessárias as mais amplas liberdades para a auto-organização do povo, a mobilização, que facilitem a luta e resistência do povo ucraniano, o abastecimento e treinamento nos sindicatos, e clubes.
O povo da Ucrânia foi abandonado pelos governos capitalistas das potências imperialistas. Tanto o G7, a ONU e o seu Conselho de Segurança não levantaram um dedo em apoio ao povo ucraniano. As supostas sanções dos países imperialistas, como a exclusão do sistema SWIFT de transferência de capitais centralizado pelo Estado da Bélgica, não se realizaram, tão somente algumas sanções aos bancos e oligarcas russos, o que levou o presidente do governo capitalista de Zelensky a dizer: "Deixaram-me sozinho".
Da esquerda to der: Greve de professores nos Cárpatos, greves dos operadores de guindastes, mobilização dos sindicatos e dos mineiros as lutas dos trabalhadores e do povo da Ucrânia nos últimos meses antes da invasão
O povo da Ucrânia foi abandonado pelos governos capitalistas das potências imperialistas. Tanto o G7, a ONU e o seu Conselho de Segurança não levantaram um dedo em apoio ao povo ucraniano. As supostas sanções dos países imperialistas, como a exclusão do sistema SWIFT de transferência de capitais centralizado pelo Estado da Bélgica, não se realizaram, tão somente algumas sanções aos bancos e oligarcas russos, o que levou o presidente do governo capitalista de Zelensky a dizer: "Deixaram-me sozinho".
As atitudes covardes dos capitalistas do mundo contrastam com as mobilizações de todos os povos do mundo, que começam a se manifestar em apoio na Ucrânia. Em 40 cidades da Rússia milhares se mobilizaram em protesto contra a guerra, e o governo de Putin tem encarcerado mais de 2.000 manifestantes. Em todas as capitais, e grandes cidades mobilizações em apoio à Ucrânia começa a se espalhar por todo o mundo.
Quando se trata de um país oprimido, que sofre o ataque de um país opressor, a atitude dos marxistas é clara: Somos a favor da nação oprimida, da libertação nacional do seu povo. Não somos pacifistas: Estamos pelo triunfo militar da Ucrânia, pela derrota do exército de Putin. Os grupos de esquerda que fazem chamados à "Paz", salvo os que militam na Rússia onde a palavra de ordem de "Paz" é progressiva, são traidores, e capituladores à ditadura de Putin, e ao imperialismo.
O mesmo apoio que levamos à luta do povo Palestino, à luta do povo da Catalunha, do povo dos Mapuches no Chile e Argentina, à luta dos povos originários do México, das Irlandeses, Bascos, Galegos, escoceses, na Espanha, e na Grã-Bretanha, para citar apenas alguns exemplos, levantamos à luta do povo da Ucrânia. O nosso apoio à sua luta é incondicional, o nosso combate aos seus inimigos é total.
Independentemente do que aconteça nas próximas horas e dias, independentemente de batalhas ganhas ou perdidas, de avanços e retrocessos na luta, nós da Marx Internacional gritamos bem alto: Pelo triunfo do povo da Ucrânia! Abaixo Putin! Fora a OTAN! Na luta pelo socialismo global, apostamos no triunfo do povo ucraniano como um passo adiante para acabar com os ditadores e oligarcas capitalistas do mundo.
Notas
(1) Bortnikov, Miller, Narishkin. Sechin, Kovalchuk, Shamalov, Usmanov, Abramovich, e Peskov são alguns dos maiores oligarcas milionários sócios de Putin.
(2) El País, España. 24/12/2021 ://elpais.com/internacional/2021-12-24/quince-paises-entre-ellos-espana-condenan-el-despliegue-de-mercenarios-rusos-en-mali.html
(3), (4), (5) y (6) Focus. Ucrania
(7) Leon Trotsky, Programa de Transição